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Seu inglês não é um projeto de arquitetura.
Pare de planejar e comece a falar.

Tem gente que trata o inglês como se estivesse construindo uma catedral gótica.
Planilha colorida e dinâmica.
Planner com divisórias por skill.
App de vocabulário.
Dois cursos em andamento.
Um caderno só pra phrasal verbs, outro só pra estrutura de frases.
Lista de séries “para treinar listening” anotada no Notion. (também conhecido como o melhor app de todos os tempos)
Falta só uma coisa: alguém pra conversar.
E, curiosamente, é justamente essa parte que a pessoa vive adiando.
Você provavelmente conhece (ou é) esse tipo de aluno.
Organizado, dedicado, disciplinado… mas silencioso.
A rotina é mais ou menos assim:
Segunda: vê um vídeo em inglês.
Terça: faz exercícios de gramática.
Quarta: repete frases de um app.
Quinta: assiste série com legenda em inglês (e se sente super avançado por isso).
Sexta: “tá cansado, hoje não dá pra praticar speaking”.
Chega o fim de semana, a sensação é de dever cumprido:
“Essa semana eu estudei muito inglês.”
Mas, se alguém aparece do nada e solta um “So, what do you do?”, o cérebro dá tela azul.
Não sai.
Trava.
Ou vem aquele inglês engessado, truncado, que não parece você.

É como um arquiteto que passa anos estudando teoria, comprando livros, visitando obras… mas nunca põe a mão em um único projeto real.
No papel, ele é impecável.
No mundo real, não sabe por onde começar.
Com o inglês, é exatamente isso.
Você pode colecionar recursos, métodos, materiais, se não colocar o idioma pra circular na sua boca, tudo isso vira estoque parado.
E conhecimento parado, você sabe: não vira fluência.
Vira ansiedade.
O que ninguém te contou (ou você finge que não ouviu) é que planejar é confortável; falar não é.
Planejar te dá a falsa sensação de controle: “Agora vai. Esse ano eu vou focar de verdade.”
Mas, se esse foco não aparece na forma de conversa real, o que você está chamando de “estratégia” é só procrastinação bem organizada.
Você arruma a escrivaninha, escolhe a caneta, baixa o app, separa o material… e continua fugindo do único lugar onde a fluência nasce: o momento em que você realmente abre a boca pra falar com alguém.
Inglês não é projeto de arquitetura.
Você não precisa ter tudo definido antes de começar.
Na verdade, se tentar deixar tudo pronto antes de falar, vai se sabotar.
Porque o idioma não se comporta como uma planta baixa.
Ele se comporta como uma conversa: muda, desvia, se adapta.
E você só aprende a lidar com isso conversando, não calculando.
Vamos destrinchar isso.
Um projeto de arquitetura geralmente segue essa sequência:
Estudo preliminar.
Projeto básico.
Projeto executivo.
Aprovação.
Obra.
Você pode até tentar emular essa lógica no inglês:
“Primeiro eu vou aprender a base, depois o intermediário, depois o avançado… Só quando estiver pronto, eu começo a falar.”
Problema: no inglês, a fala não é o último passo.
Ela é o terreno.
Sem falar, você está tentando “construir” no ar.
Você organiza, ajusta, refaz, aprofunda… mas nada se sustenta porque nunca encosta no chão da realidade: a comunicação com outra pessoa.
É por isso que tanta gente chega no avançado e ainda trava.
Não é por falta de conteúdo.
É por falta de impacto real.
Estudar sozinho é ótimo pra crescer em conhecimento.
Mas são as conversas que moldam a fluência.
Você pode saber tudo sobre pontes, mas só vai entender o que é vento quando estiver em cima de uma.
O mesmo vale pro inglês: você só entende o que é falar de verdade quando está na frente de alguém, com o coração um pouco acelerado, tentando se fazer entender.
“Mas Leandro, eu tenho medo de travar.”
Claro que tem.
É justamente por isso que você procura refúgio nos planos.
Planejar é a forma sofisticada que a mente encontrou de não se expor.
Você compra curso, organiza rotina, revê material… mas não manda áudio em inglês pra ninguém.
Não marca call.
Não entra numa aula de conversação ao vivo.
É medo.
Mas com cara de produtividade.
Agora vamos olhar pra prática da fluência com um pouco mais de honestidade.
Se você já entende inglês, o que te falta não é:
Uma gramática nova;
Um app mais inteligente;
Um “segredo” que ninguém revelou;
O que falta é tempo de voo falando.
É conversar até seu cérebro perceber que não adianta mais tentar controlar tudo, ele precisa aprender a responder no tempo da realidade.
E isso não acontece em silêncio.
“Mas eu treino sozinho, falando comigo mesmo.”
Perfeito. Isso ajuda.
Mas é como ensaiar apresentação na frente do espelho: melhora a confiança, ajusta o movimento, mas não simula a presença do público.
Na hora que você estiver na frente de outra pessoa, com outra energia, outra velocidade de fala, outra reação facial… é outro jogo.
E é exatamente por isso que a prática de comunicação real não pode ser opcional.
Ela é o núcleo.
É o centro de gravidade da fluência.
Sem isso, todo o resto é decorativo.
É aí que entra um método certo.
Não “mágico”, não mirabolante.
Certo.
Um método que entenda que:
Você não precisa de mais teoria pra falar melhor;
Você precisa de situações reais, estruturadas, com gente de verdade, onde possa errar, ser corrigido e tentar de novo;
Você precisa repetir esse processo com consistência, não só “quando der”.

Foi exatamente por isso que eu criei o Speaking Rooms.
Não como mais um curso pra você “assistir”.
Mas como um ambiente de prática, o equivalente a colocar o capacete, entrar na obra e finalmente lidar com concreto, poeira, barulho, gente andando pra lá e pra cá.
É lá que o inglês deixa de ser desenho.
E vira estrutura.
No Speaking Rooms, você não é só ouvinte.
Você é participante.
Você entra em salas de conversação com professor ao vivo, gente real, sotaques diferentes, temas do dia a dia.
Não é teatro, não é “role play de livro”.
É conversa.
Com erros.
Com pausas.
Com “como é que fala mesmo…?”.
E, acima de tudo, com feedback.
Sem isso, você está só acumulando material numa pasta mental chamada “um dia eu uso”.
Se você trata seu inglês como um projeto de arquitetura, vai viver pra sempre na fase do “estudo preliminar”.
Você sempre vai achar que “ainda não está pronto” pra falar.
Sempre vai existir um curso a mais, uma técnica nova, um livro que você “precisa terminar antes”.
E a vida vai passando. As oportunidades também.
Enquanto isso, tem gente com menos vocabulário do que você fechando negócios, viajando, fazendo amigos lá fora, porque decidiu fazer a única coisa que realmente resolve: falar.
Sem glamour.
Sem perfeição.
Sem certeza.
Mas com prática.
Seu inglês não precisa de um cronograma mais bonito.
Ele precisa de contato humano.
Precisa de situações concretas, em que você:
Precisa se explicar;
Precisa argumentar;
Precisa se virar com as palavras que tem;
Recebe correção ali, na hora, com alguém te mostrando caminhos melhores.
Isso é prática de comunicação.
O resto é preparação infinita.
Se, lendo isso, você sente que já tem material demais e conversa de menos, o próximo passo não é comprar mais um curso.
É entrar num ambiente onde falar não é exceção, é regra.
É pra isso que o Speaking Rooms existe.
Não é milagre, não é atalho.
É prática organizada.
Aulas de conversação ao vivo, em grupo, com professores que te puxam pra falar, te impedem de se esconder e te colocam no lugar onde a fluência nasce: na interação real.
Se o seu inglês já tem base, mas ainda não tem voz, talvez não seja falta de estudo.
Seja falta de sala.
Tudo aquilo que nenhum PDF consegue simular.
Se você está cansado de empilhar recursos e quer, finalmente, usar o inglês que já tem, essa talvez seja a primeira decisão que te tira da mesa de desenho e te coloca, de verdade, dentro da obra.
Porque seu inglês não foi feito pra ficar bonito no papel.
Ele foi feito pra ser falado.
Do lado de cá…
O que eu mais ouvi essa semana 🎶: Slipknot - Custer (abaixe o volume antes!)
O que estou lendo 📖: Exowatt Wants to Power AI Datacenters with hot rocks
O que assisti 📺️: Good Work from Morning Brew
🗣️ Estratégias práticas para desenvolver fluência em inglês, dicas de pronúncia e métodos eficazes para sair da estagnação no aprendizado.
✏️ Escrita por: Leandro Craig (@leandro.speaking).
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